Caros amigos e caras amigas que vêm sempre visitar essa casinha e ler aqui algumas histórias.
Memórias de uma buchada
Passando por aqui pela casa do meu amigo Sertanejo, ao ser muito bem municiado do bom, cheiroso e forte cafezinho do sertão, me lembrei agora de uma história que um compadre me contou e aconteceu com ele mesmo.
Essas histórias de aperreio, quem nunca passou e não teria uma pra contar, né?
Pois bem. Essa aconteceu há uns tempos e meu amigo, ao me relatar outro dia lá em Riacho das Éguas, me fez prometer que eu não contaria a seu ninguém. Tomara que ele não ande lendo essas historinhas.
Numa ocasião, na casa da sogra, o compadre Calixto se empapuçou com uma buchada muito bem preparada e não economizou no pirão. Sentou boca no pirãozinho e comeu chega suou. Terminado o banquete, como é de costume na roça, o compadre foi logo deitando na rede pra poder passar um pouco do fastio que a comilança lhe causou.
Pouquinho pouquinho, a comida começou o rebuliço, no bucho do coitado. ROIN! ROIN! ROIN! Só se ouvia tripa se remexer. ROIN! ROIN! ROIN!
O compadre estava deitadinho na sala, com uma rede atravessada, e alguns convidados da anfitriã sua sogra, conversavam e tomavam um cafezinho, também na salinha apertada. Fizeram uma rodilha de tamboretes e proseavam baixo, enquanto o compadre aproveitava a sesta.
Na ocasião do remelexo das tripas do pobre do Calixto, a velha acabava de tecer uns comentários amorosos de como o genro era trabalhador, honesto e educado.
Aquele som engraçado varou a salinha apertada e ecoou. As senhoras, umas que vieram da capital e, por algum parentesco ou gentileza, foram de pronto convidadas a conhecer a casa da mulher e a famosa buchada de bode da dona Firminda, começaram a dar risinhos disfarçados e, de pronto e um tanto encabulada, a velha tentou remediar o acontecido, brincou dizendo que o bode tava vivo, no genrinho.
O pobre do Calixto, nem nem. Tava lá no seu soninho e nem sequer atinou pra arruaça que seu bicho fazia. ROIN! ROIN! ROIN!
Com alguns minutos depois, a barriga do compadre achou, de imediato, de cuidar de fazer logo as eliminações necessárias. FOIN!
Sabe aquelas bufinhas ligeiras e fedorentinhas? Coitado. Mal sabia que acabava de empestear a salinha apertada com um fedor desgraçado. As senhoras não sabiam se riam, se tampavam o nariz, se corriam, e acabaram ficando sem ação. Cheiraram a bufa toda. De imediato, como que pra disfarçar o “pequeno” deslize do genro, a velha gritou, batendo pés no chão para um pobre dum cachorro magrelo que se espichava embaixo de uma bancadinha na saleta.
_ Sai, fio da peste. Sai pra lá, cachorro.
O coitado saiu mesmo, mas sem entender a explosão repentina da dona, caminhou um pouquinho adiante de onde deitara e, rodou, rodou e espichou-se mas pra lá, bem debaixo da rede onde jazia o meu compadre, no seu sono de pedra.
Com pouco, lá vem o bucho do meu compadre trabalhar de novo. Dessa vez foi um peido bem zuadento. PROOOOOOOC!
_ Sai, cachorro da peste. Gritou de novo a velha, tentando disfarçar a desgraceira do genro peidão.
O magrelo, dessa vez, só levantou uma orelha e um meio olho e deu um grunhido baixo, como quem dizia: “Que diabo essa veia tá querendo?”
As visitas agora, com o semblante horrorizado, sem jeito, todas viam a cena caladas. A pobre da Dona Firminda, querendo amenizar, puxava assunto e mais assunto e tentava tapear.
PROC! PROC! PROOOOOOOOOOOOOOOOOOOC!
Pronto. Compadre Calixto desatou a peidar auto e, dessa vez acordou assustado com o barulho.
Nessa hora, ao olhar ao redor e ver a platéia, branco de vergonha pela situação embaraçosa, olhou pra sogra, que já tava azul e queria se entocar num buraco.
Foi quando a velha, já desmantelada com aquela situação, gritou.
_ SAI DAÍ, CACHORRO... SAI DAÍ MISERÁVI, SENÃO ESSE PESTE DESSE PEIDÃO AÍ TE CAGA...
Lula Pacífico.
Saudações, meus queridos e queridas...
PROOOOOC!... Hilário, Ru'bs, mas nojentinho. [risos]Acabei de almoçar, véio. Um cuzcuzinho todo incrementado, porquê nem de buchada eu gosto!
ResponderExcluirAh... Não sei se o senhor viu, mas tem uma história de perrengue alimentar lá no Ponto, chamada "Com a foto preciso dizer do que se trata?".
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAté o ROIN ainda suporta-se, mas depois que passa pro FOIN e pro PROC... ninguém merece!! (rs)
ResponderExcluirMassa a historinha, Rubinho!! Abraço!!
COMO RI!
ResponderExcluirCOITADO do genro, não tinha culpa do rebuliço da buchada. E a sogra ainda se compadeceu, apesar de se enfezar no fim! Duvido que depois dessa ela convida o rapaz de novo! rs
Sempre fantástico, hein?
Abraços, e feliz dia do amigo!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluireurialto.com!!
ResponderExcluirmuiito bom , a cada dia se superando hein Rubiinho!
gostei muito de te conhecer , só esqueci de pedir um autógrafOo..
haha!
você só tende a melhorar mais e mais...
Parabéens!