Antônio Galdino, com texto extraído do : conversasdosertao.blogspot.com, de Rubinho Lima
Tive a oportunidade de algumas vezes apresentar o mestre Ariano Suassuna em Paulo Afonso e Itaparica quando esteve, ainda nos tempos da Semana do Modernismo e depois, em outras oportunidade, a convite da Chesf no que ele chamava de aulas-espetáculo.
A forma como o mestre Ariano fala das coisas do Nordeste, a valorização que sempre deu ao modo de vida, aos costumes, à música... Os causos que apresenta em suas conversas sempre nos leva ao encantamento e desperta, em cada sertanejo verdadeiro, o orgulho real de ser nordestino.
A forma como o mestre apresenta o nosso Nordeste e seu povo conduz, de forma fácil ao riso espontâneo e nos remete, mesmo nessa condição, a uma reflexão sobre o modo como o nordestino, o sertanejo é tratato por gente de outras regiões e até por uma boa parcela do nosso povo...
Em email enviado para Rubervânio Rubinho Lima, autor do livro Conversas do Sertão, uma coletânea de causos para rir e pensar, o mestre Ariano Suassuna fala, com toda a propriedade que possui, de um tema muito sério que é a idiotização de valores culturais nordestinos, anarquisados por alguns "compositores" que têm titica na cabeça e destinadas a um público, igualmente idiotizado e que transforma em "sucesso" um monte de porcaria tipo "tudo enfiado".
A preocupação do mestre Ariano procede. E ele mesmo aponta, no seu texto, uma delicada situação similar, vivido por país europeu, onde os valores em decadência mostravam, de fato, a real decadência da nação.
É essa juventude alienada (e outros não tão jovens assim mas igualmente alienados ou apenas levados pelo consumo abusivo de drogas e bebidas, como se isso fosse sinônimo de "ser macho"), que valoriza e se expõe ao ridículo e se transforma em mercadoria de 5ª categoria, que vai conduzir os destinos desse país, hoje já infestado por marginais como os ditos sem terra, que roubam, destroi patrimônios alheios, são baderneiros e desordeiros, matam e, embora isso seja denunciado constantemente pela mídia, permanecem intocávies, impunes...
A preocupação do mestre Ariano faz sentido sim. E o mestre, como muitos que ainda pensam com ele têm sido pouco levados em conta... Bem, como sugere Rubinho em seu blog, Vale a pena conferir o que ele fala sobre esses forrós modernos de agora.
Saudações virtuais
Parabéns pelo blog. Passei a acompanhá-lo a pouco tempo, mas estou gostando do que leio.
ResponderExcluirA respeito do texto, ele circula na internet desde algum tempo, no entanto, ele é de autoria de José Teles, crítico de música do Jornal do Commercio do Recife. Ele cita um comentário do grande Ariano Suassuna. O nome da coluna de José Teles é "Toques Digitais". Mais uma vez parabéns pelo blog.
O Ariano Suassuna é deveras um mestre, e ainda em plena lucidez. Os comentários críticos dele a respeito das causas da juventude moderna ser tão alienada e idiotizada não podem ser mais que verdadeiras, e convivemos com esse espetáculo da estupidez e do lixo cultural glorificado, infelizmente, no nosso cotidiano. E particularmente nordestino, "apreciamos" essas músicas indignas e de extremo mau gosto a que os próprios compositores e intérpretes ousam reduzir ao denominador comum de "forró". Até onde sei, forró é o de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Humberto Teixeira, não esse lixo avacalhado e/ou praticamente pornográfico a que os jovens se acostumaram.
ResponderExcluirE queria tanto assistir a uma aula-espetáculo do mestre Ariano! A CHESF bem que poderia trazer outra em breve.
E já estou lendo teu livro. Meu parecer... bem, só sexta-feira no meu blog. Aguarde. Abração!
Hei Galdino, seu trabalho muito nos orgulha. Vc é um exemplo de dedicação e perseverança pra todos nós de PA. Já são quase 15a que sai da cidade e nesse cantinho nos encontramos com a saudade dessa terra que tanto amamos. Parabéns!!
ResponderExcluirValmir Gonçalves (Vitória-Es).