Biblioteca: Instituição para todos e não para poucos

Biblioteca: Instituição para todos e não para poucos

Por: Profª Ana Lucia G. de Souza

Desde o século XVI, toda a reflexão sobre os instrumentos que permitem a conservação e a organização deste patrimônio gira em torno das bibliotecas que têm nos livros seu patrimônio escrito que deve ser acessível a cada um.

    Nos dicionários de Língua Portuguesa as definições do termo biblioteca são inúmeras, mas a definição que mais se destaca é que ela é um lugar onde se guardam livros, organizada para estudo, leitura e consulta. Correto? Sim.  Mas na realidade a prática destas ações são refutáveis.

    O Governo Federal, juntamente com os Executivos Estaduais e Municipais devem estar atentos para este problema da ausência de livros em suas bibliotecas ou até mesmo quando ocorre uma distribuição desse material para as escolas, muitas não dispõem de salas disponíveis para recebê-los pela carência de subsídios dos órgãos competentes para essas diretrizes.

    Geralmente é notório observar que as cidades que possuem bibliotecas públicas têm um índice de frequência razoável tendo em vista que uma grande parcela de alunos que estudam são provenientes de escolas públicas e carentes, por isso, a procura por estas instituições para pesquisa e aquisição de conhecimentos como também para coleta de informações são necessárias.

     Diante deste exposto, eu me reporto, tomando com exemplo, a alguns acontecimentos numa determinada biblioteca, que alguns estudantes procuraram nesta biblioteca central (com a certeza que lá encontrará tudo que precisa), para suas devidas pesquisas, não encontraram os livro  necessários, aliás não tinham acervos referentes a temática a ser estudada, que por sinal, o tema era sobre o Cangaço que iriam explanar numa monografia do curso de História na Universidade.

      É revoltante você, como estudante, ter que encarar estas frustrações, esta falta de apoio e incentivo a pesquisa quando se é um aluno que não tem condições de comprar livros específicos, porque eles custam caros e muitas vezes não tem acesso à informática ficando a mercê de bibliotecas mal estruturadas e carentes de acervos bibliográficos.

      Foi isto que eu senti. Frustração. Sentimento desanimador quando se procura algo e não encontra. E isto é uma realidade não só local mais uma realidade de nível nacional, é só observar nas reportagens e informações de dados a cerca deste assunto sobre as bibliotecas públicas no  Brasil.

      Como pesquisadora e estudante, claro, sempre tenho costume de frequentar as bibliotecas, seja central ou das Universidades levo meu próprio acervo para pesquisa porque sei que nestas instituições que deveriam oferecer recursos necessários e disponíveis para estudos, não possuem e quando possue algum livro específico não se pode emprestar, ficando trancado a sete chaves por ordens superiores devido a raridade da obra. Como se não bastasse a falta de interesse e auxílio por parte de determinadas funcionárias, que não dão atenção aos que dela precisam.

      Se a Educação é um direito de todos, então a qualidade do ensino e material de Apoio Pedagógico deve ser assegurado aos alunos de forma ampla, dinâmica para que ele possa aprender a redescobrir e reconstruir a realidade e o mundo em que vivem, dessa forma, o aluno tem a possibilidade de promover as suas potencialidades dentro dos objetivos educacionais.

       A biblioteca é um espaço de conhecimentos, de reflexão, um lugar iluminado de idéias e construção do saber em que todos os que procuram sintam-se felizes e não melancólicos, tristes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHARTIER, Roger. Cultura Escrita, Literatura e História. Porto Alegre: ARTMED, 2001, p. 27.

NISKIER, Arnaldo. Vozes da Educação. Rio de Janeiro: Europa, 2009, p. 51 e 187.

PILETTI, Nelson. PILETTI, Claudino. História da Educação. São Paulo: Ática, 1990, p. 233-236.