terça-feira, 3 de maio de 2011

Maria Bonita em Nós

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Exposição em Paulo Afonso traz: Maria Bonita em Nós: o Cangaço como você nunca viu!

Por Antônio Galdino (Folha Sertaneja)
redacao@ozildoalves.com.br


Crédito: Divulgação
O centenário de Maria Bonita, companheira de Lampião, o Rei do Cangaço, tem merecido estudos, seminários, debates sob as mais variadas óticas em diversas regiões do país. Em Paulo Afonso, o tema resultou no 3º Seminário do Centenário de Maria Bonita, promovido pela Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes, e coordenado pelo escritor e pesquisador do cangaço, João de Souza Lima. 
Foi realizado em Paulo Afonso-BA, Piranhas-AL e Canindé do São Francisco-SE. Dezenas de escritores e pesquisadores do tema participaram trazendo suas convicções, abrindo a oportunidade para debates enriquecedores. Ali, no Memorial Chesf, o Padre Celso da Anunciação e Neuza Batista, que administram a empresa Criação Comunicação e Arte, organizaram uma exposição chamada Uma Viagem Fotográfica pelo Cangaço e já anunciavam um novo projeto chamado Maria Bonita em Nós - o Cangaço como você nunca viu, que promete tratar o tema numa dimensão cultural e social bem mais profunda e interativa.


Quem acompanhou nos últimos anos a proposta de estudo dos problemas regionais - o rio São Francisco, a caatinga, o sertão - abordada pelo Padre Celso nos novenários de São Francisco pode imaginar o que vem por aí. Chamada de Exposição, o evento já começa surpreendendo com a proposta da criação do Pavilhão das Artes, em frente ao Memorial Chesf, onde há muitos anos existe apenas uma grande área com pisos de galpões e terreno baldio, comprados em leilões da Chesf e ali deixados à espera de valorização de preços dos terrenos para venda. O espaço ganha vida e será o Pavilhão das Artes para esta Exposição Maria Bonita em Nós. 
Na verdade, a Exposição, que acontecerá entre os dias 05 e 08 de Maio/2011, é um nova oportunidade de encontro com a literatura, as artes plásticas, a música que vão mostrar que a Maria Bonita, famosa por ser a companheira de Lampião teve uma infância como todas as crianças moradoras da caatinga e do Raso da Catarina, era prendada nos bordados e teve sonhos como todas as adolescentes. 
E para andar por esses caminhos e veredas das descobertas das muitas Marias, o Padre Celso buscou o apoio da Chesf, da Prefeitura, do Governo Federal, do Sebrae, do Sesc e de gente que tem a sensibilidade de ver outras facetas de Maria, que vão muito além do cangaço. 
Trouxe um palestrante como Frederico Pernambucano de Mello que vai falar sobre A Dama do Cangaço, dia 6, às 19:30. Encontrou outras Marias - Rosineide Silva, Eva Freire, Neuza Nascimento, Terezinha Vidal, Ana Paula Félix, Jovelina Ramalho, Sandra Regina - que trouxeram para as telas, o seu olhar sobre Maria Bonita. 
Também foi buscar os artesãos e os músicos como Rubem Brasil que abre o evento, dia 5 de maio e Raimundo Sodré que, no dia seguinte, sexta-feira, 06, solta a voz na edição especial da Mala do Poeta no Cangaço, projeto de grande riqueza cultural criado por Jotalunas e Luiz Ruben em 2007 e apresentado a cada dois meses, no Clube Paulo Afonso. 
Os que forem à exposição vão encontrar os livros Notícias Sobre a Morte de Lampião, de Luiz Rubem e o mais novo de Frederico Pernambucano, Estrelas de Couro - a Estética do Cangaço, que é uma primorosa e cuidadosa criação artística. 
Esta Exposição vai permitir que as pessoas que ali estiverem, reflitam, no caminho interativo do conhecimento da vida de Maria Bonita, na visão dos artistas, nas palestras, nas músicas, sobre a Maria Bonita que há em nós, cem anos depois do seu nascimento. 
Sobre esse projeto Padre Celso diz, no site http://mariabonitaemnos.webnode.com.br/ "Lá onde o mar secou e as fomes nutrem esperanças,vive um povo que alimenta uma palavra tão avassaladora que nenhuma força pode calar: A Resistência!" 
Lançamos com esta exposição algumas perguntas nascidas quando respiramos o ar que arde no interior do Sertão, quando partilhamos a vida com essa gente que desafia o sol. Disseminar perguntas só é possível quando as razões não muitas e capazes de nos levar para além das fronteiras, na liberdade de um cavalo que corre em campo aberto. 
Não julgamos, não defendemos, não condenamos aqui a vida de Maria Bonita, apenas lançamos perguntas. Cabe a cada visitante montar em seu cavalo, percorrer as veredas e os caminhos do Sertão, onde Maria Bonita e Lampião bordaram estrelas de couro, de sangue, de linhas que como as da vida chegam ao absurdo. 
O Cangaço é um momento estranho na história do Brasil, mas a sina do estranho é transbordar em enxurradas de perguntas. Humildemente agradecemos ao Estudioso Frederico Pernambucano de Mello que, com a sabedoria de quem lê as almas da história, trouxe à tona a beleza intrigante da Estética do Cangaço em sua obra Estrelas de Couro, através da qual essa exposição bebe nas fontes e se alimenta de sensibilidade. 
Deixe-se levar pelas perguntas, de quem 'foi morar na confusão central do redemoinho e fez do risco de morrer seu alimento na vida'; porque assim, no limite do absurdo, a alma se expande, desafia o poder, parte em aventuras, cria arte para o encanto, supera os espinhos e se não encontrar suas inusitadas respostas, fatalmente se precipita em campo aberto. 


CELSO ANUNCIAÇÃO
"100 ANOS DO NASCIMENTO DE MARIA BONITA"

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