TRAJETÓRIA DO FIM- 72 ANOS DA MORTE DE LAMPIÃO E O CANGAÇO

TRAJETÓRIA DO FIM- 72 ANOS DA MORTE DE LAMPIÃO E O CANGAÇO
(Por Ana Lucia G. de Sousa - Historiadora e pesquisadora da SBEC)

Lampião e seu bando

1938, ano fatídico do fim do Cangaço.

28 de Julho dia em que o Rei do Cangaço e mais 10 cangaceiros de seu grupo de sequazes foram aniquilados.
2010, ano que relembra os 72 anos deste triste episódio da História dos Movimentos Sociais brasileiros que foi o fenômeno do Cangaço.

Virgulino Ferreira da Silva - Lampião, sua companheira Maria Gomes de Oliveira-Maria Bonita e mais onze indivíduos que não resistiram a fúria das volantes policiais que os perseguiam ao longo das décadas de 20 e de 30, finalmente tombaram mortos, despojados de suas riquezas e seus pertences de maneira brutal e sanguinária, ações estas que os próprios cangaceiros praticavam no decorrer de suas vidas errantes pelos sertões dos estados e fazendas que percorriam e encontravam. Com isso o saldo macabro que ficou para a História, foram suas cabeças cortadas uma a uma como troféu; seus corpos abandonados e apodrecidos, sendo, muito tempo depois, enterrados como se fossem objetos sem importância e o s policiais ,“macacos”na gíria cangaceira, por este “ato heróico”e pelo cumprimento do dever, livraram da sociedade esta doença social que são estes bandidos que viviam assolando a população com seus atos de horrores.

Mas o significado de todo esse acontecimento que fez parte da História Social do Brasil, denota o que realmente acontece hoje em algumas regiões do país onde o poder político e econômico comanda o cérebro das pessoas que não tem o poder aquisitivo e ficam a mercê de subsídios desses poderosos que fazem dessas pessoas fantoches de suas próprias vontades e interesses, como também significa dizer que os atos de violência praticados pelos policiais, seqüestradores, estupradores, saqueadores, traficantes, enfim, todos esses vandalismos do ontem e do hoje, permanecem. Nada mudou, a não ser a modernização dessas ações praticadas de variadas formas com estratégias bem mais requintadas.

O capítulo final da saga desses homens e mulheres que adentraram ao mundo do cangaço nos permite observar diante dos fatos, que os mesmos foram bandidos notáveis e o maior de todos eles, Lampião, como um excelente estrategista e cauteloso nas horas de lutas, ficou para sempre na história como um mito e admirado por todos que o acompanhava e que até hoje dos sobreviventes de Angicos falam dele como um homem justo,benévolo e autocrata que deixou um legado de resistência,liderança que lutou por uma causa sem fim mas que tinha uma visão ampla de suas pretensões por mais de vinte anos percorrendo por esses sertões buscando um ideário de

Cabeças cortadas

justiça,de vingança,mas na manhã de 28 de julho sua luta teve seu fim e todos que acreditavam nessa luta também pereceram. Mas o mundo jamais irá esquecer a dicotomia desta figura lendária que foi Virgulino, Lampião.

Angico, lugar onde Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros tombaram mortos

Saudações Virtuais