Por Vanessa Costa
Além do turismo de aventura, a Capital da Energia entra na rota do turismo histórico tendo como temáticas principais o Cangaço e o Sertão
Para comemorar seus 52 anos, a cidade de Paulo Afonso, localizada a 434 km de Salvador, criou a Vila da Cultura, que desde a última sexta-feira (24) tem transformado a cidade em uma verdadeira vitrine para as manifestações culturais da região. Entre as atividades que estão disponíveis para a população pauloafonsina estão oficinas de música, artes plásticas, xilogravura, além de mostra de cinema, exposições e shows.
A segunda noite do evento (25) trouxe para Paulo Afonso a banda A Cor do Som, comandada por Armandinho Macedo, que animou o público ao som da sua guitarra baiana. De acordo com Armandinho, o show em Paulo Afonso marca a volta da banda, que esteve parada durante alguns anos, e agora volta para estrada com fôlego revigorado. Já no Domingo (26) grupos de teatro da região apresentaram peças com tema focado no sertão. O público lotou a praça de shows no domingo para curtir o som da banda 14 Bis, que relembrou antigos sucessos do grupo.
A Vila da Cultura ganhou também uma exposição sobre o cantor Luiz Gonzaga, com objetos pessoais que revelam um pouco da história do “Rei do Baião”. De acordo com o Secretário de Turismo, Cultura e Esporte, Jânio Soares, o principal objetivo da Vila é promover o encontro de diversas manifestações culturais da região, “estamos fomentando a cultura do nosso povo e da região, no intuito de despertar a comunidade para estas riquezas e mostrar o trabalho de nossos artistas”.
Ainda fazendo parte da programação de aniversário, acontece de 30 de Julho a 1º de agosto, o Motocross 2010. Além da megaestrutura que será montada pela Prefeitura como palco, pista, camarote e arquibancadas, o evento contará com a presença de pilotos de renome nacional e equipes locais.
14-bis
Armandinho, a frente da banda A Cor do Som
Paulo Afonso - Emancipada em 28 de julho de 1958, a cidade possui mais de 100 mil habitantes e é conhecida pelo seu potencial hidrelétrico, sendo chamada de Capital da Energia. Mas, além da sua atração para o turismo, graças ao Cânion do São Francisco, onde os amantes da aventura se arriscam no rapel e em outras manobras radicais, Paulo Afonso também chama atenção para seu lado histórico, ainda pouco conhecido pela população baiana.
De acordo com o pesquisador e escritor João de Sousa Lima, Paulo Afonso serviu como uma das cidades que mais forneceu cangaceiros para os grupos, tomando a coroa da cidade de Poço Redondo-SE, que ficou conhecida como a capital do cangaço, por ter visto 28 filhos da terra seguirem Lampião e seus subgrupos. Em suas descobertas para a confecção do livro “Lampião em Paulo Afonso”, João de Sousa constatou e enumerou 31 cangaceiros e cangaceiras oriundos da cidade de Paulo Afonso. Entre as cangaceiras de maior destaque está Maria Gomes de Sá, que ficou imortalizada como Maria Bonita, que nasceu no povoado Malhada da Caiçara, hoje pertencente à cidade, em 08 de março de 1911. Hoje, quem quiser conhecer mais sobre a Rainha do Cangaço pode visitar a Casa de Maria Bonita.
Paulo Afonso tem revelado novos talentos que, inspirados pela temática do Cangaço, estão divulgando a cultura sertaneja para além das fronteiras da região. É o caso do jovem escritor e pesquisador pauloafonsino, Rubervânio Lima, que tem o livro de contos “Conversas do Sertão” lançado pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). O livro reúne histórias que remontam o cenário sertanejo, trazendo "causos matutos", histórias de pescador, de cangaceiros, histórias folclóricas, todas com uma linguagem bem na linha das narrativas fantásticas do cordel e evidenciando o falar e viver dos sertanejos.
Livros de autores da cidade sendo lançados no evento cultural
Saudações Virtuais
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