quinta-feira, 14 de abril de 2011

Humberto Teixeira - O homem que engarrafava nuvens

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Ontem, fui surpreendido por um presente que me animou muito. Um grande pesquisador piauiense, o apaixonado por Luiz Gonzaga e pelas coisas do Nordeste, o meu amigo Wilson Seraine me enviou uma caixa cheinha de tesouros magníficos. Conforme prometido, me mandou alguns exemplares de livretos de cordel e revistas e livros sobre esse tipo de literatura popular para que eu agregue à outros materiais que farão parte do sonho de montar e disponibilizar para toda a comunidade o “Centro de Referência Cultural de Paulo Afonso”, um espaço que servirá de subsídio para pesquisadores, escritores e artistas, interessados nas diversas expressões da cultura. Espero que consiga concretizar esse sonho, pois dependo ainda de iniciativas do poder público e de formalização legal para a construção de uma espécie de instituição cultural.

Voltando ao presentinho, junto com os ricos textos e materiais, veio também um documentário, ao qual eu já havia cobrado a meu amigo gonzagólatra piauiense, na ocasião de sua vinda a minha terra, para participar do Seminário do Centenário de Maria Bonita, que ocorreu aqui em Paulo Afonso e contou com muitos estudiosos e pesquisadores sobre o tema.
Wilson Seraine e o matuto

O documentário em questão é “O Homem que engarrafava nuvens”, que conta a história do compositor Humberto Teixeira, o chamado "Doutor do Baião".

Nem vou adentrar na magnitude da qualidade desse documentário, que na época de seu lançamento, no mês de janeiro do ano passado, eu até divulguei aqui nesse meu blog que aguardava ansioso para vê-lo. Demorei um bocado, mas enfim consegui assistir e vejo que valeu a espera. É de uma riqueza de detalhes e de informações inimaginável esse vídeo, que foi dirigido pelo Lírio Ferreira, já um cineasta conhecido e consagrado pela repercussão boa em torno do seu “Baile Perfumado”, juntamente com o Paulo Caldas, e também de "Árido Movie", além de trazer a tona aspectos antes desconhecidos sobre a vida do compositor, na visão até de sua filha, a atriz Denise Dummont que percorre as trilhas da história da grandeza e importância de seu pai, no Brasil e exterior.



O documentário traz também relatos de pessoas que fizeram parte da vida de Humberto Teixeira, o autor da obra prima “Asa Branca”, eternizada por Luiz Gonzaga e regravada por inúmeros outros artistas, como também uma leva de artistas renomados e expressivos ícones da cultura popular, para firmar ainda mais a importância desse cearence que, durante muito tempo, fez parceria musical com o Rei do Baião e que compôs mais de 400 músicas, deixando seu nome na história.




Um fato curioso e uma coincidência muito legal, por mim agregada é o fato de o Humberto Teixeira, ao qual tenho grande admiração, juntamente com o SEU LUA é que Humberto nasceu em 5 de janeiro de 1915, morrendo aos 64 anos, em 3 de outubro de 1979. Eu, esse matuto apaixonado pelas coisas do sertão, venho ao mundo no ano de 1979, numa madrugada do dia 4 de janeiro. Quase acerto o dia do nascimento de um grande compositor e lamento o fato de estar vindo ao mundo no ano em que ele se vai, mais uma ida só pela metade, pois sua música e poesia, sua história, a “Asa Branca”,  ficaram até hoje.

Esse documentário me surpreendeu além do esperado, além da ansiedade em assisti-lo, pois conseguiu reunir fatos históricos e ícones da música, aos quais eu também sou interessado, tais como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Belchior, Maria Betânia, Lenine, Luiz Gonzaga, Chico Buarque,  Raimundo Fagner, Cordel do Fogo Encantado, Otto, além de personalidades da cultura popular, algumas até que tive a honra de conhecer pessoalmente, em minha visita ao cariri cearense, como cantadores e repentistas, como o pernambucano J. Borges e o cearense mestre Expedito Seleiro, patrimônios vivos da humanidade, através de sua xilogravura e artigos de couro, como a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto, como o poeta popular Pedro Bandeira, como o grande poeta Patativa do Assaré e muitos outros, que ajudaram a ilustrar quem foi o “Doutor do Baião, Humberto Teixeira.

Mestre Expedito Seleiro, em seu ateliê de couro
O matuto apreciando e comprando no ateliê do mestre

















Valeu a pena percorrer essa história...

Rubervânio Rubinho Lima

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